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BallasCast – Episódio 26 – E o palhaço, o que é?

EPISÓDIO 26 – E O PALHAÇO, O QUE É?


Senhoras e senhores, ladies and geeeeeeeeeeeeentlemaaaaaaans, madames et messieurs, viajantes e viajantes, está começando mais um…


BALLASCAT!


MÚSCAAA…


Olá, olá, olá, seja muitéeeessimo bem-vindo de volta ao BallasCast, estou muito feliz (musiquinha).


Com a sua presença, com o seu presente, com a sua audiência e contigo aqui conosco.


Na semana eu resolvi fazer um BallasCast um pouco diferente, nem contar minhas histórias e nem fazer entrevista, mas falar de um assunto que as pessoas sempre me perguntam muito, que é o palhaço.


Eu dou tantas entrevistas, ou as pessoas na rua, ou mesmo as pessoas a minha volta sempre fazem perguntas diversas assim, eu sempre acabo respondendo as mesmas perguntas então eu resolvi gravar um episódio especial sobre o Clown, o palhaço…


AND… NOW… LET’S GO TO THE EPISODIO FOR YOU…


                (Música)


E O PALHAÇO, O QUE É?


(Musica)


Então vamos lá!


Vou responder algumas perguntas usuais, corriqueiras, tradicionais, que eu venho respondendo nestes últimos anos trabalhando com essa linguagem do palhaço e vou fazer na forma de auto entrevista.


Já que não tinha ninguém pra me entrevistar eu vou me entrevistar, obviamente vale dizer que são apenas impressões, opiniões, visões minhas que vocês podem não concordar, podem achar outras referências aí, o problema é de vocês…


Sejam bem-vindos a este episódio.


E vamos com a primeira pergunta:


 “Mas Márcio! Afinal o que é o palhaço e de onde vem? ”.


Muito boa a sua pergunta! Pesquisadores foram procurar na história da humanidade de onde vem a figura do palhaço e parece que sempre, desde que o homem se reuniu em bando, se reuniu em grupo, sempre existiu o arquétipo do palhaço.


Obviamente não desse jeito como a gente conhece, de nariz vermelho, de cara pintada, mas assim, essa figura que existia dentro das tribos, dos bandos, dos grupos, pra fazer as pessoas rirem, pra descontrair, pra fazer com que elas tivessem momentos de leveza, alegria e quebrassem a rotina e a dureza da realidade.


No Egito antigo, parece que pigmeus africanos entretinham faraós. Eles se vestiam com peles de leopardos, imitavam um deus anão da época, protetor da família, e ficavam dançando de um jeito meio divertido, faziam a corte rir, alegravam o rei.


Na China antiga, uma figura chamada luze, ele trabalhava para o Imperador que mandou construir a Muralha da China, essa grande, maior muralha da China, do mundo, que existe até hoje, e parece que muitos escravos morreram durante a construção tal, e o Imperador depois acabou, resolveu pintar aquela muralha.


Ia morrer mais gente, mais gente e parece que o Iuze, ele caçoou, ele dançou, ele fez gracejos sobre esse assunto, até que o Imperador desistiu da tal ideia salvando muitas pessoas.


Na Grécia antiga, andarilhos eram chamados de parasitas.


Em troca de graças, bobagens, eles ganhavam um pouco de comida e bebida e podiam entrar nas festas e fazer parte da sociedade.


No teatro romano, personagens chamado estupido, imitavam os atores durante as peças dramáticas, ele tropeçava, ele caia, ele imitava os atores e faziam com que as pessoas rissem daquele momento.


Mais para a Idade Média, a gente encontra a famosa figura do bobo da corte, que eram contratados para entreter os nobres, os reis e até os padres.


Eles muitas vezes moravam no próprio castelo, recebiam salário, quer dizer, eles eram parte dos trabalhadores do rei mesmo.


E por isso não à toa, se vestiam como uma paródia do rei, então por isso que a gente vê esse personagem nos desenhos clássicos como bobo da corte, que é o rei ao contrário.


O chapéu que tá coroando a cabeça, mas ele vai pra baixo.


As vezes com guizo, sinos, bastões de madeira…


E ele tava lá pra dizer as coisas que o povo, que eram proibidos e obviamente não podia dizer, muito menos os nobres que estavam lá ao lado do rei, não tinham coragem, então ele tinha que dizer as verdades.


Ele tava lá, ele era pago pra dizer as verdades mas, obviamente, de um jeito engraçado, e ele tinha que achar a comédia nisso, porque senão ele era guilhotinado.


Parece que muitos bobos da corte morreram, então tinha uma arte de você falar a verdade, mas de uma maneira sutil, de uma maneira delicada e sensata.


(Música)


Nas feiras da Idade Média também era muito comum os palhaços tocarem instrumentos, fazer acrobacias, malabarismos…


Eram os Saltimbancos que estavam lá com as suas carroças e ganhavam seus trocos nessas feiras que aconteciam, os grandes comércios.


Na comédia dell’arte também, clássica comédia dell’arte, existia um personagem chamado Arlequim, que era aquele que era um tolo, mas ao mesmo tempo ele era astuto, esperto, e ele conseguia conquistar o coração da plateia e acabava conseguindo que o público torcesse por ele.


Parece que nas tribos até indígenas existem muitas dessas figuras, dos palhaços né?


Numa tribo mexicana, me contaram que existe uma figura que caso o cacique, o chefe lá da tribo, ele tivesse achando que ele tava lá muito importante, ele começava a ter o poder subindo à cabeça dele, essa figura ia em cima da oca do cara e cagava na cabeça dele…


Olha que louco!


Tinha um buraco em cima e ele podia ir lá e cagar na cabeça dele, pra quê?


Pra mostrar que todo mundo é igual, entendeu?


Então ele era essa figura que tinha essa função.


Aqui no Brasil, o Ricardo Puccetti, do grupo Lume, um amigo nosso, grande palhaço, foi fazer palhaço junto com os Hotxuá, e conta que eles têm encontros desses Hotxuá, que são esses palhaços indígenas e que é essa figura que tá lá pra brincar com os rituais, com as coisas que acontecem lá…


Por exemplo, ele me contou que num ritual super sério, sagrado, que estavam só as mulheres…


De repente chegava o Hotxuá do nada, com uma peruca, vestido de mulher e começava a fazer gracejo, começava a fazer palhaçada e elas riam, descontraiam.


Ele quebrava um pouco aquele ritual, depois ele saía e ia embora…


Enfim, tudo isso pra dizer que durante a história sempre existiu essa figura do palhaço.


(Música)


“Oh Márcio! Mas e esse palhaço mais moderno assim, tipo do circo! De onde surgiu? Aliás, de onde surgiu o circo hein? ”.


Muito boa pergunta!


Em 1979, um sargento do exército inglês chamado Philip Astley, ele resolveu fazer um show de cavalos, um show equestre, acrobacias em cima dos cavalos.


Então pra isso ele construiu uma pista, redonda obviamente, por quê?


Por que era onde os cavalos poderiam atingir maior velocidade, aproveitando a força centrípeta, centrífuga, enfim…


Essa força aí que a Física nos explica que você pode procurar no Google melhor o que é!


Então ele teve a ideia de fazer com que o público ficasse sentado em volta, todos em posição circular, criando o tal do picadeiro.


E a partir daí surgiu a lona e ele começou a fazer esses shows…


Esses shows pra burguesia da época começou a fazer muito sucesso e ele começou a trazer outros artistas, artistas que trabalhavam na feira, artistas que trabalham em outros lugares.


A partir daí, entrou a figura do palhaço dentro do circo.


Vale dizer que o circo não era um espetáculo feito pra criança, muito pelo contrário, era um espetáculo feito para adultos, era um show de cavalos, valia para todos, mas muito, muito, muito adulto.


Inclusive se você ver fotos, inclusive aqui do Brasil, antigos, na maioria do público eram adultos, as pessoas se vestiam chique, iam com roupas de gala, chapéus…


Iam lá!


Até porque nesse espetáculo o palhaço era aquele que falava do baixo ventre, falava sacanagens, falava muito humor político, sacaneava com os políticos, com os vereadores, com o governador né?


Era muito comum o palhaço ir na cidade e a primeira coisa que o palhaço fazia era perguntar quem era o prefeito e onde que era o prostíbulo, onde que era o puteiro da época, porque assim durante o show ele poderia fazer brincadeiras e piadas a respeito desses assuntos.


(Música)


“Márcio e qual é a diferença do palhaço e dos outros personagens do circo? ”.


Muito bem! A diferença é que os personagens do circo, todos os artistas do circo, eles estão lá tentando fazer com que o homem se iguale a Deus, isto é, eles estão tentando desafiar as leis da natureza, a gravidade, eles estão tentando fazer com que o homem chegue no patamar de Deus, isto é, quando a gente vê um acróbata…


Ele vai lá e tenta dar um salto duplo, mortal e cair em cima do companheiro dele e o público grita “NOSSA”, o malabarista com cinco bolas e apenas duas mãos, tenta fazer com que as cinco, sete, nove bolas não caiam das suas mãos, e o público faz “OOOOOOHHHH”…


Já o palhaço, ele está exatamente do lado oposto.


Ao contrário desses artistas que estão lá chegando no patamar de Deus, que a gente olha e diz “Nossa, isso é impossível”.


“O cara lá no trapézio ele vai dar uma pirueta e agarrar o outro lá, se não ele cai, se não ele morre, NOSSA, não consigo isso”.


O palhaço não!


O palhaço é aquele que tenta jogar as bolas e elas caem, é aquele que tenta ir pra lá e BUUUMMM, bate a cabeça e cai…


Então a gente acaba rindo disso porque a gente se identifica muito com ele, porque ele é eu, e eu sou ele.


Entendeu?


Então na verdade o palhaço é o espelho do homem.


Bonito isso hein?


Ele tá exatamente no patamar do homem, diferente dos outros artistas do circo.


(Música)


Eu queria terminar dizendo algumas coisas, primeiro pra quem quiser ler alguma coisa, tem um livro do Cláudio Thebas, que eu acho muito bom, que é bem simples, que é bem básico, que chama “O livro do palhaço”, que dá uma geral sobre o assunto palhaço.


Que é um livro que eu indico sempre pra iniciação.


Eu queria ler uma definição, que eu mesmo falei a muitos anos atrás e que ela continua valendo pra mim.


Quando o Cláudio me perguntou:


– Marcio, vou colocar uma frase sua aqui! Como você define o palhaço?


Eu respondi pra ele:


– Poder estar no momento presente!


No aqui agora!


Pleno!


Seguindo meus instintos e vontades!


Olhar torto, olhar no olho, ser verdadeiro, sincero, subversivo, transgressor, idiota e ridículo, ser livre.


Márcio Ballas, palhaço João Grandão…


No caso, EU!


Fim do episódio.


Muito bem, muito bem, muito bem, chegamos ao final de mais um episódio (AAAHHH), mas segunda feira que vem tem mais (EEEHHH).


E pra você que se interessa por saber um pouco mais sobre o assunto, tem um grupo no Facebook chamado BallasCast, onde eu tô colocando conteúdos explosivos e exclusivos toda semana.


Tô colocando algumas informações extras, sorteando alguns pares de ingresso pra Noite de Improviso, enfim, entra lá se você quiser e se você não quiser não entra afinal, você é livre!


Então vamos agora ao nosso momento merchand


(Música)


“Marcio, como eu faço pra encontrar a sua palestra de improviso e criatividade que eu queria muito assistir? ”.


É fácil, basta você acessar o meu site, marcioballas.com.br e eu vou até a sua empresa.


Queria deixar uma frase aqui do Domingos Montagner, grande palhaço Agenor que nos deixou ano passado que definiu como:


 Palhaço ser único!


É sentir um prazer muito grande de fazer as pessoas serem felizes como você!


É isso aí!.


Thank you very much your apreciatewjg ççerhgçihiag


Very happy and funny


Jw hfçoehgoeaçurohgaeou[w~pojpe


Wçjgpiejgije~pihgnae


Bye Bye…


See you MONDAY!