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BallasCast – Episódio 44 – Anderson Bizzocchi – Barbixas (Parte 1)

EPISÓDIO 44 - ANDERSON BIZZOCCHI - BARBIXAS (PARTE 1).


Senhoras e senhores, laaaaaaaaaadies and geeeeeeeeeeeentlemans, madames et messieurs, manicures e manicuros, está começando mais um…


BALLASCAST…


MÚSICAAAA!


Olá, olá, olá, seja muito bem-vindézimamente de novo ao BallasCast...


Tô muito feliz hoje, quer dizer, eu tô sempre muito feliz, quer dizer, no momento da entrevista eu finjo que eu tô sempre muito feliz, mas eu estou feliz de verdade, porque temos aqui um convidado…


Nada mais, nada menos, diretamente da Cia. Barbixas de Humor


Anderson Bizzocchi... ÊÊÊÊÊ!


– Ahhh… Oi!


– Ah, você escolheu o momento de beber água porque estava com sede, ou porque essa cabecinha sempre tá pensando alguma coisa engraçada.


– Sempre… As duas coisas!


– As duas coisas!


– As duas coisas… Eu falo “eu tô com sede”, como eu posso beber sede de uma forma que as pessoas no final falem “Ah meu Deus”.


(Música)


– Eu acho que tem… A vida se divide em dois tipos de pessoas, uma que faz as coisas normalmente e uma passa que o tempo todo pensando em algo que poderia ser divertido e engraçado para fazer. Você se encaixa em qual dos dois?


– Eu me encaixo com certeza na segunda. Eu lembro sempre quando eu assisti, quando saiu o Máscara, meu pai conseguiu uma fita…


– Fita?


– De vídeo… Uma fita de vídeo. Na época do VHS. Meu pai, ele pegou uma fita que tinha na sequência uma cópia do Máscara e do Debi e Lóide, ou seja, um rombo de Jim Carrey


– Aham…


– Foi a primeira vez que eu acho que eu vi o Jim Carrey e o Máscara, e todo mundo assistindo e falando “ai que bobo”, “ai que legal”, e eu pensei “gênio”.


– Você assistiu…


– Eu lembro sempre sexta série, eu moleque, doze anos, treze anos, e eu ficava tipo brincando no supermercado e fazendo minha mãe passar vergonha…


– Já?


– Já! Já! A minha mãe falava assim “faz um favor, pega sei lá, pega o queijo”, e eu fazia VUUUU…ZIUUMMM…


-HAHAHA


– E saía no supermercado fazendo barulho como se tivesse TCHIU, TCHIU, TCHIU, TCHIU, TCHIU… E minha mãe assim…


– Coitada!


– E aí na sequência veio o Free Casoy, que era pior, Brighs fazendo a voz dele, eu fazendo STYRDTEFUTFCWE, e eu fazendo vozes e minha mãe falando “Andy, para”


– Para!


– “Para, para”, com os dentes assim ó… “para, para”…


– Pobre D. Bizzocchi, sofreu… Sua mãe sofreu então quando você era pequeno.


– Ah…


– Mas quantos anos você tinha que você começou a fazer essa, essas brincadeiras?


– Essas bobagens? Eu sempre era o aluno…


– Você era o engraçadinho?


– Eu era… Eu era o moleque, esse é que era o pior, que os professores odiavam, porque era aquele moleque que fazia bagunça, tocava o terror na sala de aula, liderava o terror na sala de aula…


– Chefe da gangue!


– E tirava nota boa!


– Você era bom aluno?


– Era bom aluno!


– Mas você era do tipo que fazia piadinha, porque terror, tem uma, fazia ah… Na aula…


– Fazia! Fazia, porque tem o caso que a minha mãe contou que eu lembro, depois quando eu fiquei adulto, eu leio Calvin, e eu dava mais risada porque eu falava “sou eu”.


– Você se identificava?


– Muito, muito!


– Olha!


– E na sala de aula, eu lembro de dois momentos, minha mãe na sexta série, sexta não, tinha seis anos então eu tava no pré. Pré-escola, seis anos, seis pra sete anos…


– Seis…


– A professora falou pra minha mãe “o Anderson hoje estava impossível”, e a minha mãe falou “a professora Sônia falou que você estava impossível”…


– Hã…


– E aí eu virei pra minha mãe e falei assim “isso é bom ou ruim?”


– Haha, você não sabia…


– Eu não tinha noção de…


– Do que é impossível…


– E a segunda foi, também com a mesma professora acho,  não vou lembrar, mas a história é: a professora escrevendo, acho que piadinha de livro que eu levei e fiquei sabendo, e eu comecei no fundo da aula, da sala, “AAAAAHHHAAAANNNNN, AAAAAHHHAAAAANNNN”, e aí a professora virava e eu ficava quieto e eu preparando um pan tline assim…


– Nossa!


– Aí ela escrevendo na lousa e eu “AAAAAHAAAANNNNHHAANHANN”, e ela olhava e eu quieto. Ela voltou pra lousa escrevendo, e eu “AHAAANAHANN” e ela “ANDERSON PARA” E EU “IIIIRRRRRRSCCCHHH”.


– Ah, my God, não! Você que inventou ou você tinha visto?


– Não. Eu não lembro…


– Nossa!


– Eu lembro dessa história, eu lembro de eu fazendo isso, mas eu não lembro em que momento eu sei lá, tive essa ideia.


– Porque essa é uma piada verbal, difícil de ler né? De estar escrito num livrinho…


– É uma piada de Joãozinho… É muito piada de Joãozinho.


Joãozinho… Tá bom!


– Talvez alguém me contou… Porque acontecia muito isso, eu era quele moleque, e depois eu descobri que o Elídio também era… Era aquele moleque que durante as férias de Dezembro, Janeiro, antes de começar as aulas colhia o máximo de piadas possíveis…


– E ficava vendo, lendo, vendo…


– O Joãozinho, a piada do Joãozinho…


– Certo!


– Ou três, argentino, brasileiro entra no bar, taranram


– Sei!


– Ficava lendo, coletando, pra quando chegasse na escola desaguar, ser o cara engraçado.


– Já tava aí! Já tinha isso!


– Tanto é que a gente brincava na escola, quando eu conheci o Elídio, já na época do colegial, o pessoal quando contava uma piada, eles ficavam putos, eles não contavam pra mim e pro Elídio porque a gente já conhecia…


– Vocês já sabiam…


– E aí a gente fazia a brincadeira de se a gente já souber a gente levanta a mão tá? “Ah, então tinha um cara e não sei quê”, e o Elídio já fazia assim ó…


– Já sabia!


– Já sabíamos…


– Que era… Isso duro um pouco até hoje porque você é um cara que vê muita comédia, “Não, você conhece aquela série do Jim Carrey que ele fez…”, “Ah sei, sei”. Dá quase uma raiva!


– Ah dá, dá, dá!


– “Ah Andy, eu descobri um cara”, “Ah não, sei quem é”. E você já sabe tipo a história dele…


– Mas essa raiva é dividida por familiares, pais, irmãos, namorada, tudo! As pessoas vêm empolgadas, porque não sei, eu sou o… Nós três somos, os Barbixas são os heavy users


– Vocês são muito heavy users


– Então a gente sabe o viral… Hoje a gente tá um pouquinho mais velho, já é tio do YouTube, mas a gente veio de uma onda e amigos, que são heavy users de YouTube, e aí as pessoas falam um bordão, todo mundo fica boiando… E a gente fala “é um meme que tá rolando e tal”. E aí as pessoas vêm empolgadas mostrar um vídeo de que a gente já conhecia…


– Já conhecia…


– 2013 sabe?


– É! E vocês são heavy users de comédia também…


– Aham…


– Eu acho que vocês fazem uso, vocês muito estudiosos… É e você acaba de me contar, primeiro que eu não sabia que você era o Joãozinho, você é um, você é o Joãozinho!


– É, eu sou o Joãozinho…


– Um Joãozinho real, o Andy é Joãozinho…


– Eu sou o Joãozinho, as piadinhas de Joãozinho tal de pilantra eu sei fazer…


– Você fazia!


– Teve uma… Teve duas com o mesmo professor né? Rodney, professor de Física


– Rodney… Professor Rodney, desculpa antecipadamente porque…


– Não! O problema é que uma ele não conseguiu aguentar e riu… Que foi assim, a sala uma puta de uma bagunça, primeiro colegial, bagunça tal, e ele usou aquela tática de professor de eu vou ficar quieto até a sala sacar que tá… Que precisa..


– Começar a aula!


– E aí começa aquela “hsfcgouf”, aí ele parou na lousa, mas a posição dele, ele parou assim ó… Ele parou ficou olhando, e a sala foi falando e aí ele falou “Pronto”, eu falei “Quem fala”, porque ele tava assim ó…


– Ele tava com a mão na orelha que nem telefone…


– Aqui ó. Ele falou “Pronto”, eu falei “Quem fala”, aí ele falou “Pra fora”.


– Pra fora direto!


– Aí teve a outra que se eu não me engano foi ele também, aí essa teve a participação de uma, parece que foi escrito, pelo meu amigo Marcos, a gente sentava no fundo da sala e ele falou assim, falando sobre distâncias, astro físicas, falando sobre a distância do Sol, quantos as vezes nos desenhos, nos livros a escala está errada, que a gente acha que o Sol tá aqui mas é uma puta distância… A distância da Terra até a Lua é…


– Aham…


– Enfim, ele falando disso e tudo mais, das distâncias, e ele perguntou “Gente então, porque que vocês acham, além da questão lógica, mas assim, porque que vocês acham eu a gente nunca foi ao Sol?”


Aí muito piadinha infame meu amigo falou assim “Porque não inventaram ainda um fator solar fator 3 bilhões”


– Uau! Putz…


– Aí o pessoal já deu uma risada, aí eu virei pra trás e falei “Dã… Vai a noite”, uma piadinha sem graça…


– Tipo de livro mesmo.


– Tipo de livro, é!


– Vai a noite o Sol… Aí eu falei “faz a viagem à noite”, quando eu virei pra frente a sala já tava rindo o professor tava assim ó…


– Ele tava tentando esconder…


– Que ele tipo, ele levantou pá, pum, eu fiz a piadinha…


– Bateu!


– E aí tipo, ele falou “não acredito, eu não posso rir, eu perco a autoridade”, mas aí colegial professor não tem autoridade mesmo.


– Anderson Bizzocchi, três maneiras que escreveram errado seu sobrenome…


– Nossa! Eu tenho uma história boa sobre isso…


– Lá vem!


– Bizzocchi, é com dois z’s e dois c’s…


– É com dois z’s e dois c’s…


– O mais normal é esquece um e dobra o outro, porque a pessoa fala “eu sei que tem dobrado, mas não são as duas consoantes”, então é, o mais normal é, ou esquece de um z ou esquece de um c  , o melhor é quando esquece dos dois, ou melhor é a história do meu irmão… Eu vou ver se eu consigo fornecer esse vídeo pra você colocar aqui embaixo…


–  Hahahai meu Deus…


– Se meu irmão autorizar… Meu irmão foi no universitário do Show do Milhão, vamos à pergunta…


– Uau! Ele era o universitário? –


Ele… É, meu irmão foi universitário, mas cada programa era um… “estão aqui agora os universitários da Casper Líbero“, tal… Era uma pergunta de um cara que tava de trezentos mil, pra quatrocentos mil…


– Uau!


– Ou de quatrocentos pra quinhentos, era uma pergunta que…


– Valia grana…


– “Qual desses jornalistas estavam na inauguração da Academia Brasileira de Imprensa?” HÃÃ? Aí tava lá… Os nomes tal, tirou as cartas, e o Sílvio “vamos ver se você tirou um três”, tirou um ÁS e só tirou uma, aquela regra do Show do Milhão, tinha essa coisa das cartas, se o cara tirasse um, dois ÁS, dois, três e eliminava… Eliminou só uma, ficou três, aí ele “que que eu tenho ainda?” “tem os universitários”, “ah, então tá bom, eu vou querer ir com eles” … “Vamos recebendo com as palmas os universitários da Universidade Cásper Líbero… Fulano de tal, você sabe a resposta?”


“Eu não sei a resposta Sílvio”.


“Fulano de tal, você sabe a resposta?”


“Eu não sei a resposta…”


Aí chega no meu irmão “Alexandre Bazochi”


– Bazzochi!


– Aí ele fala “Alexandre Bazochi, qual é a resposta?” e aí meu irmão, foda-se a resposta, ele falou “Bizzocchi“…


– Ah não…


– Corrigiu o SílvioBizzocchi… “Alexandre Bozzocchi“, “Bizzocchi”.


– Hahaha.


– Tipo, tem isso no vídeo, tipo meu irmão pensando, eu não vou responder, enquanto você não falar meu nome certo, não importa que você é o Sílvio Santos… Aí ele “Alexandre Bizzocchi você sabe a resposta” e ele “eu não tenho certeza, mas eu acho que é essa”.


– Putz… E acertou?


– Aí o cara fala “Bom, dois não sabem, um não tem certeza, o que você fala?” e aí cara “Eu vou com ele!”


– Ui! E aí?


– Corta pro meu irmão fazendo assim ó…


– Ai não que desespero!


– O cara acertou.


– Acertou? Nossa!


– Acertou! Meu irmão acertou…


– Final feliz…


– Não, final feliz! Final mais feliz foi o cara “bota o número da conta e tal, obrigado!”


– Uau!


– Até hoje o meu irmão…


– Nossa que ótimo!


(Música)


– Você falou em universitário eu tava pensando, tem sertanejo universitário, forró universitário, e o improviso universitário?


– Olha, acho que agora deve ter né?


– Deve ter né?


– Tem o improviso do, é… Improviso religioso né?


– O GOSPEL IMPROVISO?


– É tem o GOSPEL IMPROVISO, tem vários grupos que vão assistir a gente as vezes e falam “Pô, a gente faz os jogos na igreja”, aí eu falo…


– Ah legal, a gente nunca imaginou…


– É, uau, é tipo, se perguntassem na época aonde a gente começou, onde vai bombar os jogos de improviso… É tipo… Aí eu lembrei, a minha irmã fez crisma e tudo mais, aqueles encontros de jovens você tem que entreter os jovens né?


– Vou sugerir isso pro pessoal da minha sinagoga!


– Exato! Exato! Aliás uma pergunta, as tranças suas, é pra remeter algum tipo do rabino, da questão do judaísmo, ou é… Então…


– É porque quando eu vou pra Israel eu fico assim…


– Você fica assim, bota uma…


– Não quero ser reconhecido assim, enfim, não… Não tem nada a ver…


– Não tem nada a ver!


– Nada judaico!


– Me veio agora!


– Escuta, hã, quantos anos você teria se você não tivesse a sua idade, tipo você não sabe quantos anos você teria, você se conheceu agora, nossa ele tem… Quantos anos você se daria?


– Nossa eu me daria 60!


– 60?


– Tipo não pela aparência, mas pelos gostos!


– Você é um pouco velho né?


– Eu fui velho desde os 15 anos!


– Você já era velho né? Desde que eu conheci o Andy assim…


– Nossa senhora!


– “Ah não, tá tarde” tipo onze e meia…


– É! Eu sou um péssimo, eu sou um péssimo comediante humorista, tipo aquele pessoal que sai pra beber ou tipo, pra conversar sobre a peça, ou conversar sobre pirações, eu fico… E vão dormir às 4 da manhã. Tipo como o Welder


– Sei.


– O Welder dos “Melhores do mundo”. Você não consegue!


– Não consegue…


– Não dá!


– Tão lá quatro da manhã! E ai?


“E aí eu vou pra casa”


– Você é o anti Welder


– Praticamente… –


Uau!


– Eu sou tipo, e aí gera, quando eu tô acordado o pessoal fala “Nossa, a essa hora? O Andy”, eu nem luto mais contra isso…


– Você já tá calejado!


– Antes eu ficava “poxa, mas eu queria, o pessoal tá indo lá duas horas da manhã”


– Eu lembro que eu te vi e as vezes falam “Nossa Andy, meia noite e meia e você tá aqui?”


– Meia noite e meia e você está acordado?


– Yes!


– Me fala uma coisa indo pra trás…


– Quando eu tinha…


– Isso!


– 47 anos… Hahaha.


– Isso!, 1900 isso… Você tem 60 eu quero 10 anos atrás quando você tinha 50.


– 50 anos. Tá!


– Você, o Dani me contou, eu tava conversando com ele, que você foi o cara que viu o Whose Line e “nossa”, como é que foi. Você assistiu o “Whose Line Is It Anyway?” , pra quem não sabe é um programa de improviso que começou na televisão, é, inglesa e depois foi pra americana…


– Uhum…


– E virou um sucesso do improviso na TV, você assistiu primeiro qual versão? Se era a inglesa ou a americana…


– A americana!


– A americana já…


– Já!


– Segunda versão… E quando você viu você achou incrível, e quando você falou “putz, queria fazer esse negócio aí”?


– Eu sempre assistia, acho que desde quando a gente começou, os Barbixas com algumas apresentações, totalmente de forma amadora, era uma diversão. Mas eu já assistia ao ponto de, acho que passava Sábado à noite, então era um programa de Sábado à noite, pede uma pizza ou faz, minha mãe faz uma janta e a gente, e eu ficava assistindo…


– Você…


– Tipo um programa de família que passava no canal Sony


– E aí quando você falou “putz, porque assisti legal”, gosto disso aí, mas quando você falou “putz, a gente podia fazer esse negócio aí”?


– Foi em 2007, 2007 que a gente falou, a gente tinha uma data, e aí remete as datas que a gente tinha  no teatro de São Paulo, porque um dia a gente encheu muito o saco pra fazer uma apresentação beneficente, pra botar alguns esquetes, começou do cover do Monty Phyton


– Vocês faziam esquetes cover do Monty Phyton


– A “Clínica de Discussão”, “Lições de Como Fazer Humor”, e a gente fazia isso, a gente pedia uma data pro teatro, o pessoal da direção do colégio, do teatro, eles deram uma data em 2004, e aí todo ano a gente falava “Pô, e aquela data?”. E aí teve um ano que a gente tinha a data e foi em 2007 e a gente não tinha nada…


– Hum… Aí?


– Então foi uma mistura de “vamos fazer”, o Dani se encontrou numa mistura de Anima Mundi, alguma Comic Con, alguma coisa assim, com o Caruso que fazia, e ele comentou com o Caruso “a gente tá com uma ideia de fazer isso lá em SP” e o Caruso “Pô, eu tô fazendo isso no Rio”, a gente não conhecia o Zé.


O Dani, isso foi, a data foi lá pra Novembro e isso era lá pra Agosto ou Julho… Dani veio falando, que já era uma ideia minha de “ah, vamos fazer no final do ano”, e vai passando o tempo e você meio que se programa mais ou menos. E os dois estavam céticos “não, putz não vai dar, isso daí ninguém faz e tal, tem o Jogando, mas é diferente”, aí quando ele mostrou um vídeo de celular ainda, o pessoal gravava no Rio com celulares né? Na época 2007, os celulares não tinham a qualidade…


Aí mostrou, aí eu falei “aí ó, tem gente fazendo no teatro”, puta inocência né?


– Tinha…


– A América Latina inteira fazendo no teatro…


– Tinha muita gente fazendo…


– “Aí ó, os caras fazendo na TV, e no teatro, e não é de palhaço, vamos fazer, tal”, e o Dani sempre teve uma preocupação artística muito grande e a gente foi no que hoje a gente condena, “Ah vamos subir e fazer”…


– “Como é que faz, não péra… Tem que saber como vai ser e tal, eu fiz um workshop com o Marcio Ballas, que é do Jogando, eu acho que a gente pode marcar uma aula com ele…”


E foi literalmente isso, foi uma aula…


– Foi uma aula…


– Uma aula, uma aula com uma pergunta tipo “o que que vocês sabem de improviso?”, e a gente assim “NADA”.


– Uhum…


– “Nada, a gente assiste muito Whose Line


– Eu lembro, aí você foi fazer o espetáculo, “mas quando é?”


– “É dia tal…”


– “Mas de improviso?”


– “É”


– Ah! Legal!


– Era uma cara de pau assim…


– Muita!


– Sabe… É muito de adolescente pra jovem que você fala “o que que você vai fazer?”


“eu vou pular desse prédio”…


– Total!


– Sério!


– E tem uma coisa até que eu tava falando pro Dani, porque o Dani tava contando que eu não lembrava que ele me ligou, ligou pra mim e pro Ésio, e o Ésio deu caixa postal…


– Ah, verdade!


– Meu parceiro dos Doutores, e acabou caindo em mim, e eu lembro que era uma época que eu já tava fazendo bastante coisa, já fazia o Jogando no Quintal, já tava em outros e tal, e aí eu falei “putz, quer fazer aula, um grupo aí e tal” e aí tem uma coisa que eu nem falei pra ele, que eu não sei se você sabe, que o que me convenceu, não que eu tinha tanta coisa, mas é que realmente era um grupo que eu nunca tinha ouvido falar, e aí ele me mandou uns links de vídeos de vocês…


– Do morcego morto…


– Do morcego morto, da maleta também…


– Nossa!


– Da maleta! É um vídeo que vocês nem gostam muito, mas eu como gostava de comédia mas não via muita comédia, e vi, por mais que o vídeo não era incrível, o vídeo tinha muita coisa de time…


– Taí, esses meninos tem time né?


– É, eu falei assim “esses meninos são engraçados”, e aí que eu falei “puta, eu topo, e vamos lá”, porque tinha um prazo, uma data, tal, tal, tal… E aí virou…


– A gente fechou duas aulas e só conseguimos fazer uma pré apresentação e o mais legal é que pouca gente sabe, mas bateu um desespero no dia anterior… Porque a gente falou “vamos fazer um ensaio aberto, pra um ter noção de tempo, ter, fazer um ensaio de trilhas e talvez luzes e tudo mais”, e a gente chamou amigos, e cara foi um dos ensaios abertos com mais pessoas da história do teatro, acho que tinha umas, uns 150…


– Sei, encheu de gente!


– O Elidio chamou os amigos da faculdade e tudo o mais, 150 pessoas num teatro de 380 tipo… E assim, a gente sem microfone, sem nada, microfone aqui veio muito depois…


– Sim!


– Falando “a gente vai fazer assim, vai fazer assado”, aí fizemos um pouquinho o improviso assim,a temática, o jogo das frases, as pessoas riram, terminou o jogo, a campainha,  o pessoal aplaudiu… CARAMBA… Aí terminou… “o que a gente tinha planejado?”


“Quanto deu?”


O cronometro assim, uma amiga nossa…


“Deu 38 minutos”


– Ixi.


– Isso não é um espetáculo.


– Não dá! Não dá!


– Isso é um encerramento de turma de balé, sabe assim?


– Sei!


– E agora paz nós vamos…


– Vamos lá!


– E aí rolou um panicozinho de… “caramba a gente não tem”, e aí começou um “não, calma, vamos ver porque talvez vai ter mais gente”, e aí no final a gente apresentou e deu… Passou de uma hora pelo menos dá pra entregar a primeira apresentação…


– Que foi lá no Jardim São Paulo, aquela primeirona né? Esse eu fui!


– É! E aí a gente gravou e depois apresentou pra você e você deu os pitaquinhos de…


– É interessante porque… É engraçado porque é o tipo de coisa que eu falo pra ninguém fazer, que as pessoas…


– É! Mas…


– Vocês também falaram “ah Ballas, a gente queria fazer um espetáculo de improviso e agente tava pensando em…” não, não, não, calma! Você primeiro precisa estudar, precisa entender a linguagem, entender os princípios…


– Não, eu acho que você, inclusive, você em algum momento, você pode ter falado pra gente “Vocês tem certeza e tal…”, e a gente meio que falou “A gente não tem escolha, a gente não pode falar não…” porque eu acho que se a gente falasse não pro colégio “Putz, a gente não tem nada, desculpa…” era a deixa pros caras falar “Então vocês não vão ter mais nada”.


– Sim, é vocês falaram isso “a gente já tem a data marcada, já tem espetáculo tal e tal…”


– Já tem a data, não tem o que fazer, é isso…


– Bom, vê lá, vamos fazer uma aula, depois eu assisto e depois a gente faz aquilo que a gente fazia no Jogando que era pegar o espetáculo, fiquei assistindo com vocês, “olha, isso aqui não pode, isso aqui não dá, isso aqui não, isso aqui…” Mas a verdade, já o primeiro foi, e aí que tem uma história claro, que não é a toa, e também que vocês não eram iniciantes do nada, é que vocês já eram comediantes, já trabalhavam com comédia…


– Sim! Já tinha uma, já tinha um conhecimento com o palco…


– É! Então não é do nada, vocês já tinham a coisa da comédia. Claro, vocês faziam uns erros de principiantes de qualquer pessoa…


– Tem um erro maravilhoso!


– Que vai fazer… Você lembra de algum erro que vocês faziam?


– Eu lembro que, eu lembro do erro de… De estudante que aprende uma técnica nova e só sabe fazer essa técnica…


– Sei!


– E aí quando você falou “ah, você pode abrir um personagem e tudo mais ou fazer um flashback”… Nossa!  Esse conceito de linguagem corporal de girar tipo “faz assim”…


– Sei!


– Aí tem uma cena, essa cena não está no YouTube, deve estar numa fita guardada…


– Ai meu Deus!


– Em que eu falo… O Elidio fala “você deveria ter feito isso” e eu falei “não, lembra que eu te falei?” E eu pego ele e…


– Você pega ele e faz girar pra fazer…


– E eu pego o Elidio e eu puxo de uma, de uma sutileza inexistente, aí você assiste o vídeo e você fala, eu lembro de você falando “é, é, quando eu falei de fazer outro personagem, de fazer um flashback, era uma coisa mais sutil, já vai fazendo e o outro pega”…


– Isso!


– “não tipo, OU, VAMO PRA CÁ!”


– Vamos lá! Sei!


– E eu fiz isso tipo, muito empolgado, que aquilo tava começando a abrir um espectro de possibilidades né? Que eu só tinha no Whose Line, e no Whose Line, a gente assistindo Whose Line a gente tinha as dúvidas que as pessoas tem hoje, ou assistindo coisas do Jogando que é…


– Sim!


– Não tem como o cara fazer isso sendo improvisado…


– Não é improviso. Não é improviso!


– Eu juro, eu oscilava  ente quem tinha essa opinião no grupo…


– Mesmo dentro do grupo?


– Mesmo dentro do grupo assim, o Dani falava “não o cara deve ter feito na hora”, e eu falava “não”… Porque tem um vício de rádio e TV né? Esse vídeo a gente encontrou, a gente encontrou na nossa carreira, não vamos dizer carreira, mas na medida de conhecimento de faculdade que a gente fez, de rádio e TV, principalmente eu e o Dani, você não faz um programa de TV sem ter as coisas preparadas…


– As coisas já armadas? Roteiro… Claro!


– Roteirizado, você não pode… E aí você chega no cara e diz “mas o que que vocês tem aí?” e diversas pessoas de TV perguntam “não, mas aí vocês simulam o que vocês perguntam pra plateia, e você já tem lá… Farmácia… E já faz uma cena de farmácia que vocês ensaiaram”. E aí quando você fala não, dá um nó na cabeça do diretor de TV que fala “nossa, então tá bom”.


– É, aconteceu um pouco, tivemos esse problema na Band, porque quando a gente foi fazer um roteiro e a gente falava “não, NÃO PODE fazer um roteiro”, “não, não, mas faz o roteiro”.


– Mas aí no , mas aí entra a bicicleta é isso?


– Entra… Ah essa história é muito boa. A gente fez uma cena, se lembra disso? Conta isso!


– Foi o  piloto, a gente fez o piloto no estúdio, e o piloto era tipo, uma coisa assim, galpão, umas cadeiras de plástico pra galera assistir, 20, 20 a 30 pessoas assistindo, que era só pra gravar pra mostrar como seria o programa  e improviso cru ali, a gente do elenco da primeira temporada. O Ballas falando “agora não sei que, fala um objeto e tal”, “bicicleta”, “OK, bicicleta”. Começa a cena de bicicleta, o Marcão entra, começa a pedalar a bicicleta…


– Imita a bicicleta…


– Dizem que na direção da Band, o pessoal assistindo falou “ah, pô legal, muito engraçado, mas aí na hora vai ter a bicicleta é isso?”


– Pra entra, é, o cara achou que vai entrar na pós produção…


– É mas não tinha visto que era o piloto, mas na hora a produção entra, entra o cara com a bicicleta… “não, não, não, é MÍMICA”.


– Não tem bicicleta? É… Aí deu nó!


– Deu nó!


– É, é verdade, isso foi o diretor geral, geral… Nem era o nosso diretor, era o acima do…


– Acima dele…


– Era o pica!


– Sei quem é! Mas não vamos revelar aqui!


– Não vamos revelar o nome!


(Música)


– Ah, chegamos ao final…


– Muito bom, muito bom! Ai… São cartinhas…


– Eehehehehehehe, mas segunda feira que vem tem mais.


– Eu não vou poder segunda.


– Não? Ah tá bom, tem outra pessoa então que a gente chamou pra fazer…


– YEEEAAAAH!


– E a gente vai terminar agora falando juntos os créditos, as considerações finais…


– MUITO OBRIGADO PELAS SUA PRESENÇA, POR VOCÊ TER FICADO ASSISTIDO OUVIDO E VOCÊ PODE SE INSCREVER AQUI AQUI OU ENTRAR NO GRUPO BALLASCAST EU DISSE BALLASCAST E A GENTE AMA VOCÊS E SEUS AMIGOS QUE VOCÊ VAI INDICAR TCCHAAAAAUUU!