a
a

BallasCast – Episódio 53 – A Verdade na Comédia (Parte 2)

EPISÓDIO 53 - A VERDADE NA COMÉDIA (PARTE 2).


Senhoras e senhores, ladies and geeeeeeeeeeentlemans, madames et messieurs, diaristas e diaristos está começando mais um…


BALLASCAST!


MÚÚSICAAA!


Olá, olá, olá, seja abobadamente bem-vindo a mais um BallasCast!


Semana passada eu gravei um especial ” A Verdade na Comédia”, que vem de um livro de improviso, que é uma das bíblias do improviso e muita gente escreveu, quer dizer, muita gente que ouviu, então se você não ouviu, ouve o episódio um desse mesmo assunto, e se você está ouvindo pela primeira vez, ouve o primeiro episódio do podcast, é!


O número um, o número dois, três, quatro, cinco, seis… Molho especial, cebola, plicles num pão com gergelim…


Quem confundia plicles com picles levanta a mão, põe o dedo aqui que já vai fechar!


Parêntese feito, tem tanto assunto esse livro, tem tanta coisa legal, as pessoas comentaram que foi muito legal, porque ele é um livro que fala das bases do improviso, e como tem alguns assuntos que eu não passei na semana passada, eu vou passar na semana de hoje…


Então vamos ao episódio de agora que começa… N-O-W!


(Música)


A VERDADE NA COMÉDIA (PARTE 2)


(Música)


No episódio de hoje eu vou fazer alguns apontamentos, algumas observações, algumas opiniões baseadas no livro Truth In Comedy, La Verdad En La Comedia, ou A Verdade na Comédia (título que não existe, porque o livro não existe em português).


Eu li em espanhol, li mais ou menos inglês, because my english is very, very, very…. E queria compartilhar com vocês alguns pensamentos sobre ele.


Primeira coisa importante de dizer é que é um livro que ele não se propõe a falar a verdade na comédia, ele se propõe a dizer alguns princípios do trabalho do improviso, pro público entender como é que se faz improviso, qual que é a graça do improviso, onde que reside, onde que mora o humor no improviso.


Esse livro foi escrito por Del Close, que é um dos papas do improviso, é um americano que parte da história da improvisação americana, e mundial também né? Quando eu falo de improvisação, esse estilo de improvisação que é realizada como fim né? Que as pessoas veem a peça acontecer né? Já que o improviso sempre existiu, na história do teatro, mas a gente tá falando desse improviso específico né? Que é o que eu trabalho aqui no Brasil.


E ele foi um dos diretores do Second City, que é o grupo lendário de improviso dos Estados Unidos que existe até hoje, o maior grupo do mundo.


Ele trabalhou no Saturday Night Live, na TV, foi um grande professor, diretor, trabalhou com gente como John Belushi, Bill Murray, a Bete Tomas, só gente fera, fera, fera e é um dos precursores do improviso no mundo.


Esse livro ele escreveu junto com a Charna Halpern, que foi a parceira dele, a mulher dele, que trabalhou com ele durante muitos e muitos anos, e também com Kim “Howard” Jhonson.


Primeira coisa importante pra falar no livro, é que tem um ponto que várias pessoas até acharam interessante, que é: ele fala que o título desse livro é a verdade na comédia porque não tem nada mais engraçado do que a verdade, não tem nada mais engraçado que a espontaneidade, do que o real, do que a nossa própria vida né?


Então ele se baseia nesse conceito de que a gente não tem que provocar a graça, fazer a graça, criar a graça como um stand up por exemplo, que vai criar e escrever piadas, ou um humorista de personagens, não.


A graça vai acontecer da própria vida, da própria criação que vai acontecer ali na cena no aqui agora.


(Música)


Logo no primeiro capítulo ele já fala como um dos pontos chaves “Não busque a piada” e o segundo ponto chave é “nada é mais engraçado que a verdade”.


Ele pega dois, dos três pontos que ele acha fundamental e já coloca isso de saída.


Logo na capítulo dois ele já fala de novo sobre o assunto dos chistes, né? Das piadas!


Então eu queria esmiuçar isso um pouco pra você que está ouvindo, porque as pessoas muitas vezes procuram improviso, ou procuram meus cursos pra “Ai eu quero ser mais engraçado”, “Ai eu quero contar piada”, “Eu quero fazer piada”.


Então como é que a gente pode ser um pouco mais engraçado, e ele dá alguns elementos e eu vou compartilhar com vocês, pra gente pensar juntos a respeito desse assunto.


Primeira coisa importante é que assim, lendo um livro, fazendo um curso, você não vai ser engraçado. Então se você tem essa intenção… ESQUECE!


Não é assim que funciona!


“Ai, vou fazer um curso de stand up, vou ser engraçado”, não. Não é assim!


“Ai, vou comprar um livro de stand up, vou comprar um livro de improviso”, não, não. Você não vai virar engraçado só por conta disso!


Então ele explica que a verdade, ela é engraçada! A observação, o descobrimento, a reação sincera que a gente tem nas nossas vidas, se você pensar, quando foi a última vez que você deu uma gargalhada? Provavelmente era com alguém, algum amigo, alguém muito chegado, alguém muito próximo que tava contando alguma história, que tava falando alguma coisa que realmente aconteceu de verdade.


Outra coisa que eu falo sempre não meu curso, e NÃO é uma dica pra você ser engraçado, mas assim, porque é que quando a gente bebe álcool, a gente tende a achar mais engraçado, mais divertido, se soltar mais? Porque a gente está acessando o nosso espontâneo, a gente tá deixando o julgamento de lado, a gente tá deixado o filtro de lado, a gente tá deixando de julgar o outro, mas principalmente tá deixando de julgar a nós mesmos, a gente vai baixando aquela vozinha que fica na nossa cabeça filtrando as coisas que acontece e pensando “Ai, será que eu falo isso? Não. Não vou falar não! Ah não, vou falar! Ah não vou falar! Será que eu falo? Ai, não vou falar não, não conheço a galera”, né?


Então quando a gente tá sob efeito de álcool, o que que acontece? Ele liberta a nossa cabeça e deixa a gente espontâneo, e quando a gente é espontâneo a gente tende a ser mais engraçado porque?


PORQUE NÓS SOMOS NÓS MESMOS! EU SOU EU!


Então isso é que é muito louco, pra você ser engraçado, você não precisa querer ser engraçado. Oh, vou repetir essa, porque eu achei boa essa frase.


PRA VOCÊ SER ENGRAÇADO, VOCÊ NÃO PRECISA QUERER SER ENGRAÇADO!


Pelo menos assim que eu leio isso que ele fala, e é assim que a gente joga no improviso.


É muito comum nos cursos de improviso, as vezes a pessoa querer fazer piada, ou fazer alguma coisa engraçada, já coloca sexo, sacanagem na primeira frase assim, achando que ele tem que falar uma coisa engraçada, e o que que acontece?


Ele tem que fazer exatamente o efeito reverso!


O público quando percebe que o ator quer ser engraçado, quer fazer piada, ele distancia, ele percebe que não tá sendo espontâneo, ele percebe que não está sendo verdadeiro, sincero, e ele se afasta disso, e acaba não rindo da situação.


É o clássico “Posso contar uma piada pra você? Você vai rir muito. Não, é muito engraçada… Não, você já ouviu…”


Nossa! Não dá um desespero quando alguém vem com esse papo? Ou quando vem o tio do pavê no Natal contar alguma coisa e você fala “Ai meu Deus, lá vem”, porque? Porque a gente tá saindo exatamente do que ele chama de espontâneo, da essência, e isso afasta a gente da comédia.


(Música)


Outra coisa importante que eu acho pra dizer, que a gente tem que lembrar que muitas vezes ser engraçado passa por vários níveis de graça, tinha um professor de palhaço que dizia “Qual tipo de riso que você quer? Tem o riso rá-rá-rá, tem o riso ré-ré-ré, tem o riso ri-ri-ri…”


São diferentes maneiras de a gente rir. Quando a gente vai lá e solta uns palavrões e fala piiiii, né?


Tem um humor mais banal, um humor mais do dia a dia, um humor mais preconceituoso, tem o humor que é de sacanagem, agora tem o humor que é mais refinado, tem o humor que é físico, tem várias maneiras de a gente ser engraçado.


E o que eu gosto muito de pensar é que assim, ser engraçado passa muito pela graça, eu ser gracioso, as vezes ser engraçado significa tirar um pequeno sorriso ou uma sensação boa do público, não necessariamente ele vai fazer “HAHAHA, QUE ENGRAÇADO ISSO”. NÃO! Muitas vezes vai ser “rsrs”, ou as vezes vai ser uma sensação boa, então a graça, ela pode passar de diversas maneiras, né?


Então voltando ao improviso como técnica, a gente aprende no início, que a gente não tem que ser engraçado, você tem que tirar isso da sua frente. E o que acaba acontecendo é que, quanto mais eu entro na cena, quanto mais eu tô lá, engajado na minha história, vivendo meu personagem, se eu sou uma mãe procurando um filho, eu sou uma mãe procurando um filho… NÃO TEM GRAÇA!


Ela tá procurando no shopping, desesperada, tá lá fazendo o papel dela. Tá o moleque lá, brincando tranquilão, ele tá brincando tranquilão. Não precisa ser engraçado! E aí o que acaba acontecendo é que muitas vezes a graça vai sair da cena, da situação, de eu fazendo um personagem tão a valer, tão com tudo, que vai sair alguma coisa engraçada, ou de repente alguma coisa vai sair errada, aí o público vai rir da graça, aí alguém vai concertar algum erro e o público “Muito boa, muito boa”, vai bater palmas. Porque viu que o cara teve a destreza de jogar no aqui agora, e fazer aquilo acontecer.


Então regra de ouro é, não tente ser engraçado.


Uma coisa que costuma acontecer quando o improvisador começa a fazer curso é que o público ri de momentos que ele não sabia que ia rolar, não tava previsto e de repente surge uma risada. E normalmente os improvisadores iniciantes, eles ficam meio apavorados com isso, porque a gente gosta de controlar as coisas, e aquilo é fora do nosso controle, então ele fica um pouco “Ai meu Deus, ai meu Deus”, e isso é muito bacana, isso é muito bom, porque perder o controle pode ser ruim pra um cara que é humorista, stand up, alguém que tá fazendo um texto, alguém que está fazendo uma obra de teatro, mas pro improvisador não. Ao contrário, ele tem que se deixar levar, ele tem que deixar a coisa acontecer, tem que entrar no fluxo, tem que estar preparado pra esses risos misteriosos que acontecem, eles são inevitáveis, e são muito, muito, muito, muito bacanas e muito prazerosos né?


É claro que com o tempo a gente vai aprendendo a estar mais presente na cena, e aí o improvisador ele vai perceber que alguém riu, e ele vai ter um entendimento do porque ele riu, isso é o estágio mais pra frente, o estágio mais avançado. Vou repetir pra ficar mais claro…


Eu tô fazendo uma cena tal, tal, tal… Opa, o público riu… Opa, se eu tô no presente, no momento, eu vou falar “Olha só que interessante, eles riram”, eu vou notar isso, eu vou perceber isso, e aí como um humorista mais avançado, eu posso eventualmente, usar isto novamente.


Por exepmlo, ali na frente eu posso voltar a falar algo que eu falei ali atrás, de uma maneira diferente, ou repetir, fazer uma repetição, que é um recurso da comédia, ou fazer o que a gente chama de callback né?


Eu fiz uma coisa engraçada, o público já esqueceu, quando eu tô lá na frente eu uso aquela referência de novo e o público “Ai que legal, ele lembrou daquilo”, e aí o público por essa identificação.


Então tem esse domínio né? Do que é engraçado, do que tá sendo engraçado. Agora, isso é passo número dois.


Quando estamos falando de primeiro momento, de primeiros passos, das percepções de como se fazer uma comédia de improviso, a gente tem que lembrar que, de uma maneira simples, como ele mesmo diz “Na comédia a melhor regra é a HONESTIDADE”.


(Música)


As piadas – ele fala uma coisa interessante que é as piadas são mais primitivas, mais básicas e mais diretas, é como se eu estivesse contando ao público algo que eu sei que é engraçado, e eu espero que ele me responda com uma risada. Isso funciona pra alguém que escreve piadas, pra um roteirista, pra um stand up, pra um sitcom, mas NÃO no improviso!


Ele diz que o ator que conta piadas, é basicamente um vendedor que tenta vender alguma coisa pro público, uma história incrível, uma frase incrível, e ele espera que esse pagamento seja feito com risadas. Então quando acontece é incrível, mas quando não acontece é muito sofrimento, é muito ruim pro comediante.


No caso do improviso, como a gente não prepara isso, não é possível essa relação acontecer, eu não tenho como estar armado com vários produtos, várias piadas, várias coisas na cabeça.


Que é uma coisa que as pessoas também pensam no início né? “Ai, vocês precisam ter muitas ideias né? Nossa, você tem que tá armado com várias coisas na sua cabeça…”


NÃO! Ledo engano caro Washington! Você precisa ao contrário, estar vazio. Esse é um dos segredos para o improvisador, e serve também para você que vai fazer uma palestra, pra você que vai fazer um show, pra você que vai apresentar qualquer coisa, por mais que você tenha a sua apresentação pronta ali, você tem que estar vazio, pra quê? Pra estar no momento presente, pra estar no aqui agora, pra criar com o que acontece. Porque se o seu colega improvisador chega e fala “Jack, veja… Estão atacando ali na ala norte” TÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ!


Imediatamente você já, o Jack, está sendo atacado, você já tá no meio da guerra. Em décimo de segundo a guerra já começou e você está lá, e aí você vai dar uma nova proposta, e daí vai sugerir a paz, e daí vocês vão fazer a paz, e o outro improvisador vai entrar, como quem vai celebrar a paz, e aí vocês vão continuar a cena… E a cena vai acontecendo, ponto a ponto, segundo a segundo, instante em instante.


Então eu tenho que estar aberto e disponível, não tenho que estar cheio de ideias, muito pelo contrário, e como eu disse, a graça, o riso, vai acontecer da cena… Da situação, daquilo que acontecer dentro do personagem.


Não quer dizer que em algum momento não vai ter uma “piada”, que o ator vai falar e que vai ser engraçado. O que é importante deixar bem claro é que essa piada, ela não é criada para ser engraçada. Eu não fico pensando em falar algo para ser engraçado.


Se o meu parceiro diz “Jack, estão invadindo ali na ala norte”, imediatamente eu vou entrar como um soldado e vou tentar defender a ala norte, PONTO!


Eu não preciso dizer “Ah, a ala norte ou a ala sul, leste, oeste, ou a ala de todas…”


Não, eu não preciso dizer “Ala norte mas assim, quando eu tava vindo pra, no norte tinha…”


Não! Não preciso de “Ah, vejam… É… São marcianos que estão vindo de outro planeta, e eles estão todos pelados, e estão fazendo sexo todos juntos com todos, e bunda”. NÃO. NÃO PRECISA FALAR ALGUMA COISA ENGRAÇADA! Não precisa nada! Apenas cocrie junto com o seu parceiro!


Ele fala outra coisa muito interessante, que é a seguinte, quando um ator força uma piada, costuma ser um comentário referido a essa cena que ele está criando. Então o que que ele fala? Olha que interessante, se você é capaz de comentar uma cena, quer dizer o que? Que você não tá realmente implicado na cena, quer dizer, você não tá engajado nela, você não está fazendo ela 100%. Não, você está fazendo ela mais ou menos, e não é disso que se trata o nosso trabalho de improviso.


É como uma criança que tá jogando um jogo ali, um esconde-esconde, aquela coisa é a coisa mais importante do mundo pra ela, polícia e ladrão, se ele é polícia, ele é polícia mano… Se ele é ladrão, ele é ladrão mano!


Ele não tá brincando ali mais ou menos e ao mesmo tempo tá fazendo outra coisa, e ao mesmo tempo está pensando em outra coisa, e ao mesmo tempo está querendo fazer outra coisa divertida, não. Ele está lá se divertindo!


(Música)


Enfim, por isso que ele diz que, em inglês THE TRUTH IS FUNY, a verdade é engraçada!


A frase dele também do inglês, AFTER ALL, WE’RE FUNNIER WHEN WE’RE BEING OURSELVES, depois de tudo a gente é mais engraçado quando estamos sendo nós mesmos!


(citação) Traduzindo no meu inglês possível, quando nós estamos relaxados, a gente não tem que entreter o outro com piadas, com piadocas, e quando a gente simplesmente abre o nosso coração, nos abrimos pro outro, sendo honestos, a gente normalmente é mais engraçado!


O espetáculo que a gente faz as quarta feiras, que é a Noite de Improviso, a gente teve um problema uma época, quando a gente começou a chamar a galera do stand up pra fazer as cenas com a gente, porque acontecia o seguinte, o cara do stand up escreve um roteiro que tem piada a cada cinco, seis segundos… Uma frase, uma piada, uma frase, duas, três frases, uma piada… Piada, piada, piada, piada… Quando o stand up, ele vem jogar com a gente de convidado, ele quer fazer, uma piada a cada fala que ele faz… E isso é impossível, não dá, não rola, porque? Porque isso tem que ser feito na hora. Então o que acontece? O público vai achando o cara sem graça, e ele vai vendo que não funciona, e vai ficando mais desesperado, vai apelando, e faz piada de sacanagem, aí tenta fazer piada de qualquer coisa, e dá o efeito completamente inverso, e acaba sendo um fiasco.


Então por isso que a gente parou uma época de chamar a galera do stand up pra improvisar com a gente, porque a gente percebeu que pra eles é muito difícil de entender que eu tenho que apenas responder a proposta que veio, e juntos vamos fazer algo engraçado, e juntos nesse palco, no aqui agora, no momento presente.


“Mas Ballas, não entendi nada, afinal como é que eu faço pra ser engraçado?”


Essa é uma pergunta muito difícil de responder num podcast, mas o resumo da ópera é que… QUANTO MAIS VOCÊ FICAR TENTANDO SER ENGRAÇADO, MENOS VOCÊ VAI SER ENGRAÇADO. Quanto mais você relaxar, ser você mesmo, ser autêntico, ser sincero… As pessoas me perguntam as vezes “Ah, vou fazer palestra e eu queria fazer umas coisas engraçadas”. NÃO.NÃO.NÃO.


“Queria contar uma piada no começo…”


Não! Se você quer trazer uma coisa divertida, graciosa, pensa por exemplo, alguma história sua que é divertida, que é legal. Algum acontecimento que realmente aconteceu com você, aí sim o público vai vendo você compartilhar alguma coisa sua, daí ele vai achar graça naquilo. Então não faça piadas, não tente contar piadinhas, piadocas, coisinhas de internet. Seja você mesmo, esteja no momento presente, no aqui agora. Porquê? Porque os IMPREVISTOS VÃO FAZER A GRAÇA ACONTECER. Essa é uma das bases do trabalho do improviso, o erro. O erro é trazido pro improviso, e a gente traz o erro pro jogo e aí, muitas vezes a graça acontece. Então se você estiver aberto no momento presente, no aqui agora, jogando com o que te acontece, fatalmente algo vai acontecer, você vai jogar com isso, vai lidar com isso, e eventualmente, vai extrair risos, vai extrair graça, e vai ter humor na sua apresentação ou no que você estiver fazendo. Legal?


E pra terminar, queria compartilhar com vocês…


O Del Close, quando ele morreu, ele estava com câncer terminal e tal, e ele sabia que ia morrer em pouco dias, então o que ele fez? Ele chamou a galera, Bill Murray, Robin Williams, todos os amigos dele e tal, fez uma festa, não sei o quê, não sei o quê… Alguns dias depois estava ficando realmente insuportável, porque ele tinha dores insuportáveis, então ele decidiu que ele ia tomar uma dose de morfina muito grande, e ia morrer!


Olha que louco né?


A pessoa sabia que era o último dia dele. Então, ele se preparou pra esse dia, se despediu dos amigos, fez uma festa, celebrou… Daí conta ela, que no último dia, quando o médico chegou pra dar a dose extra de morfina pra ele, ela sentou do lado dele e ele disse…


“Você me promete que você vai continuar tocando a escola e fazendo as pessoas aprenderem improviso, aconteça o que acontecer?”


Ela disse “”Sim, claro! Eu prometo!”


“E eu tenho mais um pedido, eu vou ser cremado, como eu já te falei… E eu quero eu as minhas cinzas venham para o Del Close Theater


O teatro onde ele sempre trabalhou…


“Porque assim eu posso estar lá, continuar lá e afetar o trabalho”


Ela disse “Sim, claro!”


E ele continuou “Nós criamos o teatro do coração, o teatro onde as pessoas jogam com o coração e se dão bem na cena. O teatro onde as pessoas entram com o coração e fazem o outro brilhar, e fazem com que o outro se dê bem na cena. Então diga aos estudantes, o teatro do amor.”


Então eles se abraçaram e ele falou “Pode dar a injeção…”


E o cara começou a dar doses cavalares de morfina, doses, doses, doses…


E aí ele vem e fala “Doutor, aumenta essa dose aí. Eu já tomei um monte de droga na minha vida, isso não tá fazendo efeito nenhum!”


O doutor aumentou mais, mais, mais… Cada vez mais doses que nenhum humano era capaz de suportar, e aí quando realmente ela viu que era a última hora, ela se despediu dele, ele com uma voz embargada, fininha… Disse a última frase…


“Finally… I was tired of being the funniest person in this room.”


Finalmente, eu estava cansado de ser a pessoa mais engraçada desse quarto!


Essa foi a última frase dele. Olha que incrível. O cara até na hora de morrer tava lá, no momento presente, no aqui agora. Por isso que eu sempre digo né?


O improviso, mais do que apenas uma linguagem, uma técnica, é uma maneira de viver o mundo, é uma maneira de viver a vida. E esse Del Close fez isso até os últimos momentos da vida dele.


Muito bem, muito bem, muito bem, chagamos ao final de mais um episódio (AAAHH) mas na segunda feira que vem tem mais (EEEHHH).


Muito obrigado pela sua audiência, pela sua presença, por tudo que você tem feito, quer dizer, se você não fez nada não tem nenhum problema, o que importa é que a gente tem um grupo muito legal chamado BallasCast. Lá no Facebook, lá eu coloco alguns conteúdos separados, vou colocar a capa desse livro pra quem quiser conhecer, vou colocar eventualmente algum artigo de improviso, então quem não entrou, entra lá porque está muito legal. É o grupo mais legal of the world.


Então sendo assim, vamos ao nosso momento merchand


“Marcio, você falou de improviso, eu quero ser engraçado. Como é que eu faaaço?”


Então, em Fevereiro de 2018, teremos novos cursos na nossa Casa do Humor.


Curso de improviso, curso de stand up, curso de palhaço, então entra no nosso site, informe-se e venha.


Casadohumor.com.br


É isso aí!


Obrigado pelos feedbacks pra galera que assistiu e comentou lá no BallasCast…


E sendo assim…


Thank you very much!


Nofcnip3ngip


35jopg4j5y g4]


Ç45jtõj4 yo


425j vç4oj


455jv´o4]


[45yvk4´jy64


Bye bye!