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BallasCast – Episódio 63 – Festival Internacional de Improviso ESPONTÂNEO (Final)

EPISÓDIO 63 - FESTIVAL INTERNACIONAL DE IMPROVISO ESPONTÂNEO (FINAL).


Senhoras e senhores, ladies and geeeeeeeeeeeentlemaans, madames et messieurs, radialistas e radialistos, está começando mais um…


BALLASCAST…


MÚÚÚSICAAA!


Olá, olá, olá, seja arquidiosesamente bem-vindo ao Ballascast, eu espero que você se sinta bem, eu espero que você goste, eu espero que você tenha um bom momento com esse foninho enfiado nos seus ouvidos, ou com esse radinho ligado no seu carro, ou com esse radinho de pilha pra você que ainda tem um radinho de pilha e consegue acessar o podcast, não sei como.


Semana passada eu falei do festival internacional de improviso, que aconteceu em Sintra, Portugal. O Espontaneo, organizado pelos Instantâneos, são grupos super bacanas de improviso de lá, e hoje vou falar a segunda parte do festival, então se você não ouviu, obviamente ouve a primeira parte, não faz nenhum sentido você já ouvir a segunda parte, e se você está ouvindo a segunda parte, ouve os primeiros podcasts, se você ainda não ouviu, lá atrás, que estão muito legais, e rimou.. Então vamos mais… Agora o próximo episodio… NOW!


(Música)


 


Festival Internacional de Improviso Espontâneo – Parte 2.


(Música)


Vale dizer que o festival aconteceu em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, que é um centro cultural muito bacana, e Sintra é uma cidade muito, muito, muito, muito incrível, parece uma cidade de miniaturas assim, tão legal, tem castelos, tem coisas pra visitar incríveis, é do lado de Lisboa, que é incrível também…


Então eu fiquei encantado com o lugar, fiquei encantado com a reginão… Com a reginão não, com a região, com Reginão que é uma Regina que eu conheci lá, brincadeira…


Enfim, então tem esse momento também onde você culturalmente conhece a cidade, vai passear com outros improvisadores, então esse é o momento de troca que acontece durante o dia também, até que chega a noite, onde acontecem os espetáculos.


Estávamos agora no terceiro dia…


O terceiro e penúltimo dia do festival, começou com o espetáculo “Jardines”, do grupo ImproMadrid… Pra quem não conhece o ImproMadrid é um grupo de Madriddããããããrrrrr… Por isso que chama ImproMadridImproMadrid é um grupo de Camboja, não, é um grupo espanhol, que pra mim é o melhor grupo do mundo.  Eu acho eles incríveis, eu acho eles muito talentosos, eu acho eles muito bons, eles são Jorge Rueda, que é um improvisador fantástico, Ignacio Lopes que é outro fera, que eu sou muito, muito fã, Ignacio Soriano que é muito, muito, muito, muito, muito, muito bom, os três são muito bons e ainda vieram com o Boja Cortéz que é fenômeno no improviso espanhol, é um gênio que também era, é um dos fundadores do ImproMadrid, e Paloma que é uma das atrizes também que foi um espetáculo a atuação dela, fiquei muito, muito, muito, muito fã dela.


O Jardines é um espetáculo que eu queria muito ver, porque é a ultima criação do ImproMadrid, que é um grupo que já tem, sei lá quantos anos, mais de 10 anos eles tem com certeza, eles tem muitos, muitos anos, eles são o grupo mais antigo da Espanha, eles são o grupo muito respeitado no mundo do improviso, eu acho o melhor grupo do mundo, sem sombra de dúvida, dos que eu conheço obviamente, porque eu não conheço todos então eu comparo com os que eu conheço.


“Não, mas esse é melhor…”


Tá bom! Mas eu não vi outros.


E eles vieram com uma proposta incrível, Jardines é um espetáculo absolutamente teatral, muito teatral, é um espetáculo com muito texto, é um espetáculo com desenho de luz belíssimo, é um espetáculo com um cenário belíssimo, é um espetáculo com figurino incrível, então eles aplicaram toda a teatralidade dentro de um espetáculo de improviso. Inclusive, é um pouco o que aconteceu com o meu espetáculo também, que é o que eu chamei de um espetáculo com improviso, a classificação tanto do meu solo quanto do espetáculo deles, é eu diria que é um espetáculo com improviso… Em que sentido? De que ele não é inteiro improvisado, não é 100% improvisado, ele tem uma boa parte de texto, tanto o meu quanto o do ImproMadrid, mas agora falando do deles, porque eu já falei do meu… Eles trabalharam muito tempo com texto, muito tempo com a encenação, muito tempo com ensaio, muito tempo com trazer as coisas exatas na hora certa.


“Marcação de luz vai ser aqui!”


“Tem um formato, mas assim, vai ser rigoroso, a gente vai obedecer as regras que estão criadas anteriormente, a gente vai dar opinião”


Eles falaram muito disso depois, né? Quando a gente conversou!


Eles querem dar opinião, eles querem que o improviso tenha opinião, que o improvisador possa dar sua opinião, que o grupo possa dar sua opinião, que o espetáculo não seja só sobre bobeiras, sobre pequenas coisas cotidianas, não… Sobre coisas que inquietam eles…


Então um espetáculo muito contemporâneo e foi fo… Pra não dizer um palavrão, já disse, não importa, foi muito, muito, muito, muito legal… Eu fiquei muito fã.


Em linhas gerais é um espetáculo simples, eles fazem perguntas ao público, eles chamam uma pessoas do público pra lá e fazem uma conversa, uma entrevista muito bacana com a pessoa, fazendo perguntas profundas, perguntas difíceis pra pessoa, a partir do que a pessoa traz eles fazem algumas cenas de improviso e na sequência mais uma pessoa é entrevistada, mais perguntas, e assim sucessivamente.


Parece simples, parece um déjà vu, mas o formato é muito bacana e eles capricharam na luz, no figurino e no cenário e em toda a encenação, e então palmas ImproMadrid.


E na segunda parte nós fizemos um Impro Shakespeare, que era um espetáculo de improviso baseado em Shakespeare, então depois que você entrar no BallasCast, você vai ver que as roupas, os figurinos que eles arrumaram pra gente eram sensacionais, e foi um estilo Shakespeare.


Então qual era o formato? O formato acontecia o seguinte…


Entrava o Marco Graças, que é do Instantâneos e falava “Eu sou o rei, e eu morri… E agora todos querem o poder, todos querem pegar o meu lugar… Vamos ver quem será o novo rei”


Era o fantasma que vinha anunciar né? Que ele morreu, e quem seria o novo rei.


Então entravam os improvisadores e aos poucos iam entrando e criando seus personagens, ninguém sabia quem era ninguém nem nada. E aos poucos no formato, a gente não contava isso ao público, mas estou compartilhando com vocês porque é o que a gente chama de formato, o que que é a regra do espetáculo?


A regra do espetáculo era a seguinte… Acontecia alguma cena, e o protagonista dessa cena, ele tinha que morrer depois de 2 minutos, então ele protagonizava, falava “eu quero ser o rei, e porque isso”, e tal, tal, tal. Tal, tal, tal, tal, tal, tal… E de repente… Ele levava uma facada, ou envenenado, ou do jeito que fosse… Fazia uma morte, e quem o matou falava o motivo, e fazia a revelação “Ah, eu matei porque ele não sabe, mas eu sou um filho bastardo do rei e eu quero o trono”, e aí o novo protagonista, quem tomava o protagonismo era morto depois de 2 minutos… Então era uma morte, a cada 2, 3 minutos, morria alguém, morria alguém, morria alguém, morria alguém. Até que no final do espetáculo, um, o vencedor, ele era o novo rei.


Nesse dia, nesse espetáculo, os três americanos jogaram, a menina que era de Israel jogou também, então eles só falavam inglês… E a maioria dos improvisadores falavam muito bem inglês, então o espetáculo aconteceu quase que inteiro em inglês, porém como eu e a Rhena, minha diretora, fala pior ainda… Eu ainda falo mais ou menos, ela fala bem, bem mais ou menos, a gente falou “Vamos fazer a nossa cena em português? Vamos!”


Então a gente fez uma cena em português, então em alguns momentos acontecia uma cena em português, alguns momentos acontecia uma cena em inglês, aí teve um momento que a gente foi lá encontrar a bruxa, que era americana e ela só falava inglês, então a Rhena falava com ela em português, ela respondia inglês, a gente retrucava em português…


Então ficou muito divertido, muito legal e muito interessante pro público ver esse espetáculo multilíngue acontecendo lá no mesmo momento, Shakespeare life


Final do terceiro dia.


(Música)


Muitos copos de vinho português, muitas cervejas e muitos papos pós espetáculo, chegamos então ao final do ultimo dia… Nesse dia teve um espetáculo muito bacana chamado “Fun Fatales”, que é feito por duas atrizes improvisadoras, uma delas Paula Galimberti, ela é do grupo Jamming, lá de Madrid, é um dos grupos mais importantes de Madrid, ela é incrível… Inclusive eu fui no espetáculo deles, o grupo deles chama Jamming, e eles fazem shows com 400 pessoas no público, 2 seções, um espetáculo muito bacana, tradicional, clássico de improviso, mas muito bem feito, pra caramba… E foi muito legal de ver ela em ação com a galera dela.


Então neste dia estava Paula Galimberti junto com Inbal Lori Inbal Lori é uma improvisadora incrível de Israel que mora em Berlim atualmente, ela faz espetáculos pelo mundo inteiro, recentemente, ela me contou que fez um espetáculo com um ator do Líbano… Olha que legal, ela de Israel, ele do Líbano, e era um espetáculo que era proibido divulgar, ele não podia aparecer na divulgação, porque se o governo do Líbano soubesse que ele estava atuando com uma atriz de Israel, era capaz de ele ser preso, então eles tiveram que fazer nos cartazes, ele não podia aparecer, foto dele…


Na divulgação não podia aparecer o nome dele, nada, nada, nada…


Só ali no publico ao vivo, eles falaram pro público “Olha, não tirem fotos”, e o que eu achei incrível, porque a arte juntando as pessoas, mostrando que é uma bobeira essa coisa que os países tem de lugares, territórios e etc…


Mas enfim, ela é Inbal Lori, a craque de Israel, junto a Paula Galimberti, a craque da Espanha


E elas se juntaram, se conheceram num festival à uns anos atrás, e começaram a trabalhar juntas, e fizeram o espetáculo Fun Fatales, que é um espetáculo feito em inglês…


No início do espetáculo elas perguntam uma coisa do tipo “O que que te tira do sério? O que que você não aguenta mais?”


Então algumas pessoas respondem e a partir dessas respostas , elas fazem uma cena, depois elas fazem novamente a mesma pergunta pro público, uma cena, mesma pergunta pro público, uma cena…


O espetáculo é bem simples nesse sentido de formato, mas foi muito legal de ver porque as duas improvisam muito bem, as duas jogam muito bem juntas, elas tem uma escuta muito refinada, muito bacana, boas propostas, e é muito legal de ver duas pessoas que não falam a língua original, porque a israelense fala hebraico, originalmente, e a Paula fala espanhol originalmente, então nenhuma delas tem a língua inglesa como língua principal…


Então isso é muito interessante de ver e faz com que as duas estejam num certo risco o tempo todo, e as duas estão juntas,  uma apoiando a outra, uma puxando a outra, e foi um espetáculo muito bacana, eu gostei muito, foi muito prazeroso de ver duas atrizes juntas improvisando pra caramba, com força, com garra… Sabe quando você vê vibração em cena?


Então assim terminou o ultimo dia do festival!


(Música)


E quando acabou, o Marco Graças, diretor artístico do Instantâneos, chamou todos os improvisadores no palco, vieram os improvisadores dos Estados Unidos, Israel, Espanha, Brasil e Portugal.


De Portugal tinha os Improváveis, que é um grupo muito bacana de lá, um grupo chamado Cardume também, e obviamente os Instantâneos, donos da casa.


E o resumo final do festival pra mim foi, um, um festival muito bem organizado, muito bacana. Os organizadores, e o Marco, e todos eles muito receptivos, muito gente boa, quando a coisa é feita com muito carinho, muito amor, você sente isso e faz com que você se sinta bem lá, então eu fiquei muito fã do grupo deles e a galera tá realmente de parabéns porque é feito com muito cuidado e com muito carinho.


Outra coisa que eu notei, e pra mim é uma coisa pessoal né? Depois de muitos anos fazendo improviso, cada vez mais eu gosto do improviso quando ele é teatral. Eu adoro jogos, eu adoro os desafios, eu adoro as brincadeiras assim, mas eu gosto muito da coisa teatral, quanto mais um espetáculo é cuidado, quanto mais ele tem acabamento, quanto mais ele é pensado, quanto mais ele tem um cuidado cênico, no sentido de ter uma iluminação pensado, um desenho de luz, um desenho de figurino né?


Um figurinista mesmo que pensou o negócio, um cenógrafo, que faz a coisa acontecer… Aliás não falei do nosso cenógrafo, grande Júlio, que puta, fez um cenário maravilhoso, Julinho incrível… Da casa da Lapa, incrível, incrível, incrível.


Então quanto mais o espetáculo tem esse cuidado teatral, por mais que ele é de improviso, por mais que ele vai ser feito na hora, que ele vai ser criado,  eu acho que eu gosto mais pessoalmente como pessoa, como improvisador, como ator, como espectador, tanto de ver quanto de fazer… Cada vez mais é o que eu busco e é o que eu acho incrível num belo espetáculo de improviso né?


Sem tirar nenhum mérito dos espetáculos de jogos, ou da turma da gringa, dos americanos ou dos canadenses que fazem mais esse tipo de espetáculo que é mais fun, mais uma Jamming, que é mais uma happening, é legal também… Adoro, sou mega fã, gosto muito!


Mas se tiver que escolher mesmo, sinceramente eu prefiro esse estilo teatral, como se faz muito na América Latina, grupos como Acción Impro, a gente fazia aqui muito no Jogando no Quintal, o ImproMadrid, na Espanha, que não é da América Latina não, mas é da habla latina, então está em contato com essa galera… X ha muerto, que é espetáculo do Complot Escena do México, esses espetáculos tem esse cuidado teatral, me agrado muito.


As meninas, novas improvisadoras da musa heroica, com a direção da Rhena de Faria, que faz o espetáculo que tem o acabamento, que tem pensamento… Então eu acho que eu gosto muito e acho isso incrível.


E por ultimo, como é legal juntar improvisadores de vários países, jogar junto, fazer um espetáculo na hora juntos, isso eu acho bárbaro, isso me encanta, me encantou desde a primeira vez que eu vi, que eu fiz que eu participei, e é muito legal ver que todo mundo diz sim, e uma cena acontece, o espetáculo acontece, eu não sei o nome do cara que tá jogando comigo, mas eu sei que o que eu fizer ele vai aceitar, o que eu fizer ele vai criar em cima, e o que ele fizer eu vou dizer sim, e se eu não entender a língua dele, não tem problema, e se ele não entende a minha língua não tem problema, e se eu não sei nem como ele chama, nem de onde ele é, nem nunca vi, não tem problema, porque juntos vamos criar um espetáculo na hora, ao vivo, dizendo SIM, uns para os outros.


E assim terminou o 7º Espontaneo Festival Internacional de Teatro de Improviso… Palmas para todos…


Fim do episódio.


(Música)


Muito bem, muito bem, muito bem, chegamos ao final de mais um episódio (AAAHHH), mas na segunda feira que vem tem mais (EEEHHH).


E se você ainda não faz parte do BallasCast, que é o grupo que tem no Facebook, onde as pessoas se compartilham coisas, onde eu deixo coisas exclusivas para as pessoas, é onde eu não falo com esse sotaque ridículo, porque os portugueses não entendem quando a gente faz esse sotaque que a gente acha que é de português, e é ridículo como tudo, então entre lá, no Facebook, no nosso grupinho, onde eu vou deixar fotos do ImproMadrid, fotos dos espetáculos das meninas de Espanha e Israel, e vou deixar muitas coisas muito bacanas e muitos divertidinhas, bacaninhas e gírias pra você… E vamos agora ao nosso momento merchan…


“Oh Marcio Ballas, eu queria contratar uma pessoa que ensinasse os meus diretores a conversar melhor, a se apresentar melhor no palco, você tem algo para isso, meu amigo?”


É claro!


Eu estou montando uma palestra nova que se chama Improspeech. Como o improviso pode ajudar você a falar melhor qualquer coisa, então se você estiver interessado e quiser saber mais, marcioballas.com.br


É isso aí.


Vivam os festivais, aqui em São Paulo a gente fez o ImproFest, foi um festival muito bacana e a gente tá louco pra fazer a segunda edição, então também se você é um cara que apoia as coisas, ou você é um cara que tem verba, que tem recursos, saiba que a gente quer fazer esse festival aqui no Brasil, e está precisando de apoios, colabores, granas e etc.


Ok?


So… Thank you…


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Bye bye!